Palestra do IHGMG destaca a importância da Marinha em Minas: uma relação além do litoral

Na manhã do dia 28/09, sábado, no Auditório “Ministro Raul Soares” da Capitania Fluvial de Minas Gerais o IHGMG conduziu uma apresentação sobre a atuação da Marinha Brasileira no Estado de Minas Gerais. O responsável por esse estudo foi o Associado Efetivo do Instituto, CMG Silvio Aderne Neto, Assessor de Relações Institucionais na Marinha em MG.

O encontro buscou destacar a relação, ainda pouco conhecida, entre a Marinha Brasileira e o mediterrâneo e montanhoso estado mineiro, surgida pelo seguinte pensamento popular: “Se Minas Gerais não tem mar, qual a necessidade da Marinha existir no Estado?”. Bom, que Minas não tem mar não é novidade para ninguém. Para se ter noção, por exemplo, Belo Horizonte fica a 409 km do litoral mais próximo, a praia de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Porém, o artigo escrito por Silvio Aderne procura ressignificar esse conceito sobre as atividades exercidas pela Força Naval, explorando os fundamentos que justificam sua atuação em MG.

No dia 11 de dezembro de 2026, a Marinha Brasileira completará seu centenário como força atuante no Estado de Minas Gerais. Cem anos antes, em 1926, o então Presidente do Brasil e Patrono da 6ª cadeira do IHGMG, Arthur Bernardes, criou a Capitania dos Portos de Minas Gerais, na cidade de Pirapora, no norte mineiro, município em que começa o trecho navegável do Rio São Francisco. Dessa forma, a criação da capitania foi uma forma de reconhecer a importância econômica para o país do crescimento da navegação no Rio São Francisco. Ao longo do tempo, a capitania cresceu e se expandiu, recebendo diversas outras designações, com jurisdição até Juazeiro-BA.

(Rio São Francisco/ Cidade de Pirapora, Norte-mineiro. Crédito: CBHSF)

Todavia, apenas em 5 de novembro de 2018, a alta administração naval criou, em Belo Horizonte, a Capitania Fluvial de Minas Gerais (CFMG). Ainda assim, mesmo com o crescimento da MB no Estado, os questionamentos em relação às práticas realizadas pela Força Armada mais antiga do Brasil são comuns. Tendo em vista esse ponto, Silvio Aderne explora o potencial hidrográfico do estado e sua importância para a economia mineira, abordando fatos históricos anteriores à atuação da MB no Estado, ressaltando a influência exercida por mineiros ao longo da evolução da Força Naval desde o século XIX e, vice-versa, a influência da Marinha para o Estado.

Vale destacar que os propósitos da MB vão bem além de apenas a Defesa da Pátria com o uso de frotas marítimas e navios no litoral do País. A Força Naval mobiliza diversas outras atuações, entre elas, a Cooperação com o Desenvolvimento Nacional, a Cooperação com a Defesa Civil, a atuação no combate a delitos transfronteiriços e ambientais, o provimento da segurança na navegação aquaviária, e a implementação e fiscalização do cumprimento de leis e regulamentos no mar e nas águas interiores, entre diversas outras frentes.

Dessa forma, compreendendo as possíveis ações realizadas pela MB, Silvio Aderne destaca que Minas Gerais, mesmo sem acesso ao mar, é carinhosamente chamada de “A caixa d’água do Brasil” por seu incrível potencial hídrico. O estado abriga nascentes de rios importantes que abastecem grandes bacias hidrográficas do Sudeste e de outras regiões do país. Minas participa de quatro das maiores bacias brasileiras: São Francisco, Paraná, Atlântico Leste e Atlântico Sudeste, mostrando como sua água é essencial para o Brasil.

Em sua apresentação, o Assessor de Relações da Marinha analisou a importância da relação entre Minas Gerais e a Marinha do Brasil, evidenciando os benefícios mútuos dessa parceria. Com a aproximação do centenário da presença oficial da Marinha no estado, foi reforçada a necessidade de valorizar essa comemoração, lembrando a paixão dos mineiros pelas águas e seu desejo por uma Marinha cada vez mais presente.

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