O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) comemora 110 anos. Fundado em 1907, ele data de quando Belo Horizonte tinha menos de uma década. (artigo publicado no jornal “Diário do Comércio” em 25 de agosto de 2017)
NOS 110 ANOS DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS GERAIS
Rogério Faria Tavares – Cadeira n. 71
O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) comemora 110 anos. Fundado em 1907, ele data de quando Belo Horizonte tinha menos de uma década. À frente da ideia estava um grupo de intelectuais inspirados pela missão desempenhada, em nível nacional, pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), surgido em 1838, durante a regência una de Araújo Lima, e hoje presidido pelo competente professor Arno Wehling, que soube mantê-lo relevante, sintonizado com os desafios de seu tempo.
Assim como a entidade sediada no Rio de Janeiro, a que se criou na então nova capital de Minas também pretendia guardar a memória e cultivar a história. Entre seus idealizadores se relacionam nomes como Augusto de Lima, Mendes Pimentel, Estevão Pinto, Virgílio de Melo Franco, Diogo de Vasconcelos e Prado Lopes. Em mais de um século, a chamada Casa de João Pinheiro realizou centenas de eventos e publicou muitos exemplares de sua revista, fonte preciosa para estudiosos e pesquisadores. Dono de importantes acervos, tem biblioteca valiosa e documentos raros, hemeroteca e mapoteca. Integrado por cem associados, é a instituição cultural privada mais antiga de Minas até hoje em plena atividade. Sobreviveu graças ao engajamento de seus integrantes na execução de seus objetivos e à liderança de dedicados dirigentes, como Herbert Sardinha Pinto, Jorge Lasmar, Wagner Colombarolli e Aluízio Quintão.
Ingressei no Instituto pelas mãos de um de seus mais talentosos presidentes, o psicanalista Marco Aurélio Baggio, homem corajoso e inquieto, de pensamento livre e independente. Tomei posse atraído pela possibilidade de conviver com mulheres e homens reunidos pela afeição a temas que sempre me interessaram. Desde então, tenho feito ótimos amigos entre os colegas do IHGMG, onde encontrei ambiente tolerante e plural, civilizado e aberto à fraterna convivência intelectual e às diferenças de pensamento, algo essencial para a reflexão sofisticada e profunda. Afinal, na sociedade contemporânea, não há mais espaço para a imposição autoritária de uma ideia sobre outra. Todas elas merecem ser ouvidas com atenção e apreço, sem ódio, sentimento mais adequado a tribos primitivas.
Motivado a participar da agenda de atividades do Instituto, dediquei-me com grande prazer a realizar, por três anos seguidos, o Ciclo de Conferências sobre a História da Mídia em Minas Gerais. Foram momentos importantes, em que se conheceram as origens e a trajetória de alguns veículos de comunicação do estado, como as rádios Inconfidência e Itatiaia, e os jornais ‘Tribuna de Minas’, ‘O Tempo’ e este ‘Diário do Comércio’, que gloriosamente completa 85 anos em 2017.
(artigo publicado no jornal “Diário do Comércio” em 25 de agosto de 2017)